A psicóloga Inês Balinha Carlos analisou o comportamento do filho de Susana Gravato, depois de ser identificado como autor do assassínio da mãe.

O crime que chocou o país — o assassínio da vereadora de Vagos pelo filho de 14 anos — gerou debate no “Dois às 10”. A psicóloga Inês Balinha Carlos deixou um alerta importante para todos os pais, sublinhando que certos comportamentos “demasiado perfeitos” podem ser um sinal de atenção.
Durante a conversa, Inês começou por contextualizar o caso, recordando que todos os que conheciam o jovem o descreviam como calmo, educado e exemplar : “Era um menino perfeito e de uma família perfeita — e isso, normalmente, é muito mau sinal. No futebol era o certinho e direitinho, na escola era o mais simpático e educado.”
Cristina Ferreira, surpreendida, questionou: “Mas não é natural que haja crianças assim?”
A psicóloga explicou que a ausência total de falhas pode ser preocupante: “Tão perfeito como ele era, com 14 anos, é um grande alerta. Se um dos filhos nunca tem um momento em que ‘rebenta’ um bocadinho, aquilo fica tudo acumulado.”
Inês Balinha Carlos aproveitou ainda para deixar dicas práticas aos pais: “Todos falhamos como pais e temos de ter humildade. Gosto muito da palavra ‘desculpa’. Eu peço desculpa aos meus filhos — é importante que eles também percebam que os pais erram. Se há um clima constante em que a mãe ou o pai invadem o espaço do filho, se ele se sente controlado, a raiva acaba por explodir.”
A especialista citou ainda o psicólogo Donald Winnicott, que estudou o fenómeno da “mãe excessivamente mãe”