A comunidade de Sintra está em choque com a morte de Hugo Fernandes, um jovem de 25 anos que estava desaparecido desde a madrugada de sexta-feira. O corpo foi encontrado este sábado à tarde, no Alentejo, após intensas buscas conduzidas por familiares, amigos e autoridades.

Segundo informações apuradas, Hugo saiu de casa em Massamá dizendo que iria ao Estádio da Luz para levantar bilhetes para o jogo entre o Benfica e o Vitória de Guimarães, mas nunca mais regressou. Horas depois, foi visto no Estoril, onde passou parte da noite com amigos, num ambiente aparentemente descontraído.
Durante o encontro, Hugo terá jogado num casino online e chegou a contar aos colegas que tinha ganho mil euros, mostrando-se entusiasmado. No entanto, no dia seguinte, não apareceu ao encontro com a namorada nem respondeu a chamadas ou mensagens — o que levantou de imediato o alerta entre familiares.
“Era um rapaz alegre, com muitos sonhos, mas nos últimos meses estava diferente. Notava-se que o jogo estava a consumir-lhe a paz”, contou um amigo próximo, emocionado.
Infelizmente, o desfecho foi trágico. Hugo foi encontrado sem vida no Alentejo, e tudo indica que terá colocado termo à própria vida. Uma fonte próxima da família revelou que o jovem enfrentava uma grave dependência de jogos de apostas online, uma realidade cada vez mais comum entre jovens portugueses.
“O Hugo levantou dez mil euros da conta da empresa familiar antes de desaparecer. Isso deixou-nos logo em alerta. Ele tinha um problema com apostas, e acreditamos que estava a tentar recuperar perdas que já não conseguia suportar”, relatou o pai.
As autoridades não encontraram indícios de crime ou de envolvimento de terceiros, reforçando a hipótese de suicídio motivado pelo desespero associado ao vício.
Nas redes sociais, multiplicam-se as mensagens de luto e solidariedade dirigidas à família Fernandes. Amigos, ex-colegas e até desconhecidos lamentam a perda e denunciam a influência de certos “influenciadores” que promovem casinos online e apostas como “formas rápidas de enriquecer”.
“O Hugo é mais uma vítima de uma ilusão vendida nas redes sociais. Ninguém fala das vidas destruídas por este vício”, escreveu um utilizador no X (antigo Twitter).
O caso reacende o debate sobre a dependência digital e o impacto das plataformas de apostas online, um problema crescente entre jovens adultos em Portugal.